PLÁSTICA MAMÁRIA
A cirurgia plástica estética das mamas compreende um importante capítulo da especialidade, podendo envolver vários tipos de procedimentos. Neste texto procuraremos discutir as cirurgias de redução mamária e ainda o chamado levantamento das mamas ptosadas(caídas).
Essas duas cirurgias podem ter a sua indicação associada ou não, portanto cada caso deverá ser analisado em particular para se estabelecer as prioridades no tratamento bem como a programação cirúrgica. Geralmente, a ação da gravidade em associação com outros fatores como amamentação, flacidez cutânea e variações ponderais são os responsáveis pelo aspecto inestéticos de mamas grandes e caídas. O nosso objetivo será indicar uma técnica que apresente os melhores resultados às custas da menor morbidade possível.
A utilização de implantes mamários será discutida isoladamente em outro capítulo. Vamos abordar aqui apenas os aspectos envolvidos na chamada Mamoplastia Redutora e Mastopexia(levantamento) de pacientes do sexo feminino. Eis alguns fatores importantes a serem discutidos na consulta.
1. Qual a idade ideal para operar as mamas?
2. As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?
3. Qual o tempo cirúrgico e o tipo de anestesia?
4. O que acontece no período pós operatório?
5. Qual o tempo de internação e que tipo de curativo é realizado?
6. Quando terei o resultado definitivo?
7. Quantos quilos vou perder qual será o meu manequim?
8. Afinal, o resultado compensa?
1. Qual a idade ideal para operar as mamas?
Não existe uma idade ideal, mas sim, a oportunidade ideal que é determinada pelo aparecimento dos defeitos a serem corrigidos, desde que o desenvolvimento da glândula mamária já esteja devidamente concluído. Isso costuma acontecer por volta dos 15 a 16 anos de idade. Pacientes mais jovens devem aguardar este período para realizar um tratamento definitivo e eficiente. Não é preciso aguardar ter filhos e amamentar para ver corrigida uma mama que atrapalha a vida de uma paciente, já que a cirurgia, via de regar, não altera a capacidade de aleitamento da mulher. O peso da paciente é, em muitos casos, um fator fundamental para o sucesso da cirurgia. A paciente deverá estar com uma relação Peso/Altura definida e estável, pois variações ponderais se refletem sobremaneira na região mamária e poderão prejudicar o resultado obtido após uma cirurgia. Conhecidos estes parâmetros gerais, cada caso deverá ser analisado em particular para se estabelecer o melhor cronograma para a cirurgia e demais tratamentos.
2. As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?
As cicatrizes da plástica mamária se localizam em volta da aréola e podem também se posicionar no sulco submamário com uma linha vertical unindo as duas incisões (“T” Invertido). Dependendo de cada caso e daquilo que se pretenda realizar durante a cirurgia, poderemos indicar técnicas com maior ou menor extensão da cicatriz resultante. Ao redor da aréola, a cicatriz costuma ser igual para os diversos casos ao passo que o “T” Invertido deverá variar de acordo com os excessos a serem retirados, ou seja, depende do tamanho e flacidez mamária. Uma vez que essa cicatriz será “trabalhada” para ficar bem camuflada, consideramos que obter uma bela forma da mama é prioritário em relação a se minimizar a cicatriz, embora as duas coisas devam ser buscadas.
Todos os esforços serão feitos no sentido de produzir uma cicatriz o mais imperceptível possível. Além da sutura adequada, algumas manobras serão utilizadas na evolução da cicatriz, como a compressão por micropore, gel de silicone, massageamento com creme manipulado, infiltração local, betaterapia e até mesmo uma revisão cirúrgica nos casos onde existe hipertrofia ou outros distúrbios da cicatrização. O importante é acompanhar os retornos e seguir as orientações, tendo sempre em mente que a cicatriz somente vai estar completamente madura de 6 a 18 meses após a cirurgia. Você deverá discutir detalhadamente essa questão com seu médico.
3. Qual o tempo cirúrgico e o tipo de anestesia?
Todo o procedimento pode levar em torno de 2 a 4 horas, dependendo da extensão da programação cirúrgica e na maioria dos casos é realizado sob anestesia geral, realizada pelo anestesiologista. A anestesia local com sedação fica reservada para casos selecionados de pequenas correções. Nosso serviço não realiza o bloqueio peridural para este tipo de cirurgia por considera-lo inadequado em concordância com a grande maioria dos cirurgiões plásticos e literatura científica – essa posição poderá ser mais bem elucidada durante a consulta.
4. O que acontece no período pós-operatório?
Os pacientes raramente se queixam de dor neste procedimento, embora não possamos garantir tal evolução, uma vez que o limiar de dor pode variar significativamente de uma pessoa para a outra. Caso exista algum desconforto, as medicações convencionais são suficientes para resolver o problema, sempre com o devido conhecimento e prescrição do médico.
O inchaço costuma ser moderado nos primeiros dias, quando o repouso é fundamental, principalmente nos movimentos do braço. Manchas vermelhas ou arroxeadas podem eventualmente se instalar nas áreas descoladas por uma a duas semanas. Somente os pontos da aréola precisarão ser retirados, por volta do 7° dia. A sutura inferior é realizada com fio absorvível e não precisa ser retirada. Eventualmente, utilizamos um dreno que permanece por 24 a 48 horas e sua retirada é indolor. Os curativos serão agendados pelo médico e a melhora do edema costuma acontecer até o primeiro mês, após o qual haverá ainda um inchaço residual e discreto que poderá persistir por alguns meses, sem impedir que o(a) paciente tenha as suas atividades sociais cotidianas. Os esforços físicos devem ser evitados neste período inicial, bem como a exposição ao sol.
5. Qual o tempo de internação e que tipo de curativo é realizado?
A alta costuma se dar no mesmo dia, ao final da tarde. O curativo é bastante simples com microporagem por sobre as mamas e um sutian próprio deverá exercer uma suave compressão da área operada, sendo mantida sua utilização pelos primeiros três meses. Mais uma vez, alertamos para a necessidade do repouso na movimentação dos braços, cuidados esses que serão exaustivamente relembrados nos retornos para curativos.
6. Quando terei o resultado definitivo?
Normalmente após 6 meses, pois já não mais haverá inchaço residual e o formato das mamas estará bem mais definido, após a chamada báscula da mama que promove o arredondamento natural do pólo inferior através da própria ação da gravidade . Entretanto, logo após o primeiro mês já teremos uma grande redução do edema com o aspecto desejado de mamas mais firmes e bonitas. As cicatrizes, por sua vez, deverão passar por todas as fases de maturação até que se atinja o resultado esperado, dentro de 6 a 18 meses. Conforme mencionadO numa questão anterior, durante este período, algumas manobras poderão ser adotadas nos retornos, a fim de se otimizar o processo de maturação cicatricial.
7. Quantos quilos vou perder qual será o meu manequim?
Este é um dado matemático que ninguém poderá precisar, uma vez que a ciência médica não é exata. É certo que haverá perda de peso e também de medidas mas não se pode dar garantias numéricas. Cada caso representa uma avaliação única pelas características de tronco e da própria mama. Após discutir com a paciente as suas expectativas, o cirurgião procurará atingir o resultado mais harmônico entre o seu desejo e as suas condições torácicas. Este é um aspecto a ser bastante bem compreendido durante a consulta.
8. Afinal, o resultado compensa?
Se você está ciente do que deseja e o cirurgião puder lhe propiciar aquilo que você pediu, sem dúvida compensa. As fotografias de pré e pós-operatório poderão comprovar a grande melhoria do contorno corporal. Entretanto, é importante levar em consideração o fato de que a mamoplastia isoladamente não proporciona tudo aquilo que é possível se atingir no contorno corporal. Muitas pacientes poderão se beneficiar ainda pela utilização de próteses, lipoaspirações associadas e ainda terapias estéticas com aparelhos especializados em reduzir medidas e celulite.