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ORELHA DE ABANO

 

A correção cirúrgica dos desvios da orelha se constitui num dos procedimentos estéticos indicados ainda na infância. A chamada “Orelha de Abano” é uma condição que pode gerar graves distúrbios psicológicos pela diminuição da auto-estima verificada especialmente nas crianças. O aspecto das orelhas separadas e protusas costuma conferir também uma imagem de deficiência intelectual, fato este inclusive utilizado por diversos personagens cômicos que pretendem passar a imagem humorística de pessoa atrapalhada, colocando suas orelhas em posição “vexatória”. Tudo isso cria uma condição estigmatizante para os portadores desta anomalia anatômica das orelhas, evidenciando a importância da sua correção cirúrgica. 

 

A cirurgia plástica das orelhas corrige o posicionamento e o contorno cartilaginoso, conferindo naturalidade ao semblante e devolvendo a auto-estima aos pacientes. Abordaremos alguns fatores importantes a serem discutidos na consulta.

 

1. Qual a idade ideal para operar as orelhas? 
2. As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam?
3. Qual o tempo cirúrgico e o tipo de anestesia?
4. O que acontece no período pós operatório?
5. Qual o tempo de internação e que tipo de curativo é realizado?
6. Quando terei o resultado definitivo?
7. Afinal, o resultado compensa?

 

1. Qual a idade ideal para operar as orelhas?

 

A cirurgia está indicada a partir dos 6 ou 7 anos de idade, quando o crescimento auricular já alcançou a sua quase totalidade. É justamente nesta fase que o convívio com os coleginhas de escola começa a prejudicar o aspecto psicológico da criança, pelas brincadeiras e apelidos que derivam da condição. Muitas vezes a criança se torna tímida e deprimida, e não consegue identificar uma causa evidente. A indicação nesta fase visa, acima de tudo, impedir que a auto-estima seja atingida, embora o procedimento possa ser realizado a qualquer momento, a partir dessa idade.
Não orientamos para que se faça qualquer procedimento contra a vontade própria da criança. O ideal é procurar conversar e orientar bastante, deixando-a segura quanto à realização da cirurgia, caso o problema a esteja afligindo. Caso contrário, os pais devem apenas oferecer a possibilidade da cirurgia e todo o apoio e suporte para que a própria criança venha a deseja-la, sem medo ou imposição.

 

2. As cicatrizes são visíveis? Onde se localizam? 

 

A incisão é pequena e situada atrás da orelha, portanto as cicatrizes tendem a ficar praticamente escondidas. Excepcionalmente, pequenas incisões de 2 a 3 milímetros podem se fazer necessárias na região da frente das orelhas, porém não costumam ser visíveis após o período de maturação da cicatriz.

 

3. Qual o tempo cirúrgico e o tipo de anestesia? 

 

Todo o procedimento leva em torno de 60 minutos e na maioria dos casos é realizado sob anestesia local, com uma sedação prévia realizada pelo anestesiologista. A anestesia geral fica reservada para raros casos selecionados, onde não haja a colaboração suficiente por parte do paciente.

 

4. O que acontece no período pós-operatório? 

 

Os pacientes raramente se queixam de dor neste procedimento, embora não possamos garantir tal evolução, uma vez que o limiar de dor pode variar significativamente de uma pessoa para a outra. Caso exista algum desconforto, as medicações convencionais são suficientes para resolver o problema, sempre com o devido conhecimento e prescrição do médico. Manchas arroxeadas podem se instalar nas dobras das orelhas persistindo por alguns dias. Inchaço local costuma acontecer nos primeiros 5 a 7 dias, quando o repouso é importante. Após a primeira semana, retiramos os pontos e indicamos a utilização de toca apropriada durante o sono, para evitar traumatismos no travesseiro, durante 30 dias. Os esforços físicos devem ser evitados neste período inicial, bem como a exposição ao sol.

 

5. Qual o tempo de internação e que tipo de curativo é realizado?

 

A alta costuma se dar no mesmo dia, ao final da tarde. Durante as primeiras 48 horas, os pacientes ficam com uma bandagem de atadura que chamamos de ”capacete”, pois apenas a face fica de fora. Esse curativo tem por objetivo manter em repouso a área operada, sem traumatismo ou manipulação. Após o segundo dia, o capacete é retirado e realiza-se um pequeno curativo escondido por trás da orelha.

 

6. Quando terei o resultado definitivo?

 

Normalmente após o 3o. mês, pois já não mais haverá inchaço residual. Entretanto, já no pós operatório imediato teremos a orelha posicionada adequadamente embora apresentando edema localizado em suas dobras naturais.

 

7. Afinal, o resultado compensa? 

 

A plástica de orelhas é uma das cirurgias que trazem enormes benefícios estéticos, por sua vez bastante previsíveis. É preciso salientar bem que as orelhas não deverão estar “coladas” na região mastóide e as dobras deverão ter um aspecto natural. Nem todas as alterações poderão ser corrigidas, dependendo da condição anatômica e da deformidade específica de cada orelha. Existem limitações à melhoria estética e estes conceitos devem ser bastante discutidos durante a consulta, para que os resultados sejam aqueles esperados por ambas as partes.